Não quero mais ansiedade, insegurança . Não quero mais borboletas no estômago, a náusea cantarolando; Não quero mais esse estado de graça que, ao menor temporal, nos deixa em petição de miséria existencial, por alguns instantes, e as vezes nos faz sentir-se viva.
Me nego vagar pelo deserto, nada de comportar-me como uma sobrevivente, diante de grosserias e descasos, groseirias do vento batendo em minha janela, da porta que não para de bater, do son do vinho que insistentemente escuta alto. Mesmo assim não desejo cobrar que o vento pare, que a porta não bata, e muito menos que o son do vinho tenha um botão de menos.. não vou exigir o que quer que seja; o que vier terá de vir naturalmente como deve ser,o sol que bilha dinte da janela..e o pássaro que visita minha sala..- Abro mão de dançar na chuva em pleno verão,. Desisto da insana sensação de amar para sempre, para sempre não existe''
Um motivo para se manter o sorriso, já me é bastante.... quero a clareza nos gestos e a verdade com suas botas de couro... chega de pantufas de seda... Quero a embriaguez do vinho e os olhos fechados para as viagens mais longas; quero a certeza de que tenho os pés fixos , por isso não vou cair a qualquer momento. Chega de vertiginosas derrapagens. O que é aceitável é um inevitável tropeço da minha parte.
Virei muitas páginas, rasguei outras tantas e recomecei um novo enredo.Vou me voltar para leitura, assim escreverei melhor...dizem quem ler muito escreve bem. A alma protegida das tempestades e o corpo quase pronto para ser apenas um corpo.Pode morrer a poesia, não posso pedir que fique se já não tenho como alimentá-la. Só não quero perder a vontade de acordar todas as manhãs, nem a sensação de que a vida pode recomeçar a cada dia. A universidade me espera.

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